quarta-feira, 9 de julho de 2014

terça-feira, 1 de julho de 2014

Vitamina D e Disfunção Cognitiva

A disfunção cognitiva ou declínio cognitivo, é definida como confusão mental, perda da memória e dificuldade na concentração.

Existem fatores de risco que podem comprometer as funções cognitivas como a idade avançada, a falta de exercício físico, dietas desequilibradas, obesidade e pouca exposição solar.

A Vitamina D (VD) está relacionada com maior risco de disfunção cognitiva e estudos científicos revelam que idosos com níveis sanguíneos inferiores a 12 ng /ml, têm 2 a 3 vezes, maior probabilidade de sofrer de disfunção cognitiva. Baixos níveis de VD podem impedir a síntese de neurotransmissores e o crescimento neuronal.

A VD reduz o risco de doenças que podem afectar o cérebro como a HTA e doenças cardiovasculares. Tem efeito antioxidante e ajuda o corpo a diminuir as toxinas, regula os níveis de cálcio. É conhecido o efeito imunomodelador da VD melhorando a resposta do sistema imune.

Na prevenção está demonstrado que níveis sanguíneos superiores a 40 ng/ml de VD podem reduzir o risco de disfunção cognitiva, sendo necessário tomar 1.000 a 5.000 UI de, colecalciferol (D3) diariamente, podendo ser necessário ajustes individuais. A VD deve ser doseada antes de iniciar a suplementação. Aumentar a exposição solar e modificar alguns factores de risco também pode ajudar.

Filomena Vieira
Médica

terça-feira, 24 de junho de 2014

Deficiência de Vitamina D e Enxaquecas


As enxaquecas são um tipo de dores de cabeça recorrentes, intensas, latejantes, associadas a vários sintomas do Sistema Nervoso Central. Pensa-se que estejam relacionadas com inflamação de nervos e vasos sanguíneos. Este tipo de dores de cabeça podem ser muito debilitantes.

Altas doses de Vitamina D (VD) ajudam a reduzir a inflamação e possivelmente reduzir os ataques de enxaqueca.

Na revista “International Journal of Clinical Practice“, vem publicado um artigo sobre o impacto da concentração sanguínea de VD no desencadear duma crise de enxaqueca.

Foram recrutados 52 doentes com diagnóstico recente de enxaqueca e 49 indivíduos saudáveis para grupo controle. Fizeram colheitas de sangue para determinar a concentração sanguínea de VD, VDBP (proteína de ligação da VD) e VDR (receptor da VD). No grupo com diagnóstico de enxaqueca foram avaliadas as seguintes características: início com aura, severidade, frequência e duração.

Os resultados revelam que o nível sanguíneo de VD e de VDR é significativamente mais baixo no grupo com enxaqueca comparado com o grupo controle. Os níveis de VDBP não diferem em ambos os grupos. Não existem relação entre os marcadores da VD e as características da enxaqueca.
Os investigadores concluem baseados nos resultados, deste estudo, que baixos níveis no sangue de VD estão associados a crises de enxaqueca.
Filomena Vieira
Médica

terça-feira, 17 de junho de 2014

Vitamina D das mamãs – atenção que é fundamental para mamã e bebé!

O nível de vitamina D na gravidez está relacionado com a mineralização óssea do bebé em desenvolvimento e por isso a importância do nível de vitamina D das mamãs é redobrada.
Apesar do tempo solarengo das regiões mediterrânicas, a deficiência de vitamina D é muito comum.
Uma revisão publicada no European Journal of Clinical Nutrition concluiu que na maior parte dos estudos, 50-65% das mulheres grávidas avaliadas tinham deficiência de vitamina D – o que resultou em algumas alterações nos bebés.

As razões apontadas são a pigmentação da pele, a baixa ingestão dos poucos alimentos que fornecem vitamina D, vestuário a cobrir todo o corpo e pouca exposição direta ao sol, falta de consciencialização social e obesidade.

É por isso de extrema importância chamar a atenção a todas as mamãs para este facto. Deve ser medida a vitamina D e suplementada quando necessária e não devemos ter medo do sol nas horas de pouca intensidade

terça-feira, 10 de junho de 2014

Dr Cícero Coimbra - entrevista - protocolo Vitamina D

Aqui fica mais uma entrevista do Dr Cícero Coimbra. desta vez a entrevista foi feita por Leonardo Rubini.
O Dr Cícero fala do seu protocolo, da vitamina D e de doenças autoimunes.
 
Assista e partilhe!



terça-feira, 3 de junho de 2014

Lançamento de livro - Vitamina D e esclerose múltipla

Amanhã, decorre o lançamento do Livro: "Vitamina D e esclerose Múltipla - a chave brasileira das doenças autoimunes” - em São Paulo, Brasil.
 
O evento será na Livraria Cultura Iguatemi e decorrerá das 19 às 21.30 horas.

Não perca a oportunidade de ouvir os especialistas falarem sobre esta temática. O livro é da autoria de Walter Feldman, Cícero Coimbra e Rita Sinigaglia Coimbra.

Se não tiver oportunidade de assistir ao lançamento, leia o livro e elucide-se ainda mais sobre o tema!
Boa leitura!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Dia Mundial da Esclerose Múltipla - 28 de Maio


A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença auto-imune que causa inflamação do sistema nervoso central.

Existe evidência científica da relação de baixos níveis sanguíneos de Vitamina D (VD) com o desenvolvimento da EM. A distribuição geográfica da EM demonstra aumento da prevalência em latitudes altas, o que está relacionado com a intensidade do sol.

Em Portugal a Direcção Geral de Saúde apresenta um estudo epidemiológico “Esclerose Múltipla – conhecer e desmitificar” com objectivo de determinar a prevalência e a avaliação do conhecimento da população sobre esta doença. Este estudo estima que existem cerca de 4.287 indivíduos diagnosticados com EM em Portugal. A prevalência da EM é de 54 casos por 100.000 habitantes. No Norte da Europa e nos EUA a prevalência é de 100 a 180 casos por 100.000 habitantes.

O que achamos relevante neste estudo é o desconhecimento da população portuguesa sobre esta doença e como ela se manifesta. Os primeiros sintomas podem ser inespecíficos e arrastados, como a fadiga, tonturas, dores musculares, perda ligeira da sensibilidade e problemas visuais. Este desconhecimento, pode implicar atraso no diagnóstico e tratamento e, está demonstrado que a EM tratada precocemente pode ter melhor prognostico.

Os efeitos secundários da medicação convencional podem trazer complicações e falta de adesão à terapêutica. A comunidade médica em geral não está sensibilizada para a necessidade de tratar a deficiência de VD.

O Protocolo do Prof. Dr. Cicero Galli Coimbra, usa altas doses de VD para tratar doenças auto-imunes, entre elas a EM. A VD em altas doses é um potente anti-inflamatório e restaura o sistema imunológico. Esta terapêutica tem dado provas de ser segura e com resultados positivos no alívio dos sintomas, na melhoria da qualidade de vida e em alguns casos leva à remissão da doença.
Existem estudos que demonstram que a VD pode ser associada com a medicação convencional.

Na nossa Clinica, aplicamos este protocolo há pouco mais de 1 ano e meio, e já começamos a ver resultados positivos na maior parte dos doentes que recorrem a esta terapêutica.
Em alguns dos doentes mais jovens e que iniciaram o tratamento muito precocemente têm a doença em remissão. Em doentes em estados avançados, os benefícios da VD são marcantes, sobretudo a nível da força muscular, o que permite uma reabilitação funcional mais intensa e com melhores resultados.

Neste dia, 28 de Maio, também é bom reflectir sobre os benefícios dos suplementos com VD, na prevenção da deficiência em grupos de risco como a mulher em idade fértil e que pretende engravidar, em crianças e adolescentes. Estudos científicos recentes demonstram, que o estado da VD na grávida tem influência na imunidade futura do recém-nascido.

Toda a equipa da Clinica Cristina Sales deseja a todos os doentes com EM e seus familiares cuidadores, uma boa recuperação.


Filomena Vieira
Médica

terça-feira, 20 de maio de 2014

Vitamina D e o risco de cancro hepatocelular

A Vitamina D (VD) está relacionada com variadíssimos processos biológicos e existe evidência científica actual que tem um papel importante no desenvolvimento e progressão do cancro do fígado.

O cancro hepatocelular (HCC) é a forma mais comum de cancro do fígado, com elevada taxa de mortalidade, e tem vindo aumentar na população europeia.

A revista Hepatology, de 20 de Fevereiro 2014, publica um estudo, intitulado ”Pré–diagnostico dos níveis de Vitamina D e risco de carcinoma hepatocelular em populações europeias”, demonstrando que baixos níveis de VD podem aumentar o risco de HCC.
O estudo abrangeu 520.000 participantes europeus entre os anos 1992 e 2010.
Os autores após análise dos dados referentes à idade, sexo, resultados das colheitas de sangue e local de estudo, concluíram que níveis elevados de VD no pré- diagnostico de HCC estão associados a 49% de redução de risco de desenvolver esta doença.

Nas populações da Europa Ocidental os níveis de VD são inversamente associados ao risco de HCC. Esta conclusão não sofre alteração depois dos ajustes realizados com os biomarcadores já existentes, como infeção por vírus de Hepatite B ou C, e não modificáveis pelo índice da massa corporal ou hábitos tabágicos.

Outro estudo publicado pela revista “Aliment. Pharmacol Ther.” de Março 2014, demonstra que  a deficiência de VD está relacionada com mau prognóstico para os doentes que sofrem de carcinoma hepatocelular. Este estudo, decorreu durante 322 a 1508 dias, realizado em 200 doentes, com diagnóstico confirmado de HCC, e desses, 60 faleceram durante o tempo de observação. A média de VD, medido no sangue destes doentes foi de 17ng/ml (normal 30 a 100ng/ml) no início do estudo. Os doentes com deficiência severa tiveram mortalidade elevada. Baixos níveis de VD estão associados a aumento da mortalidade por HCC independentemente de outros fatores de risco encontrados.
Fonte:
Hepatology, 2014 FEV.20.doi:1002/hep.27079.
Aliment.Pharmacol.Ther.2014 Mar;39(10):1204-12.doi:10.1111/apt.12731.Epub 2004 Mar 29
 
Filomena Vieira
Médica

terça-feira, 13 de maio de 2014

A vitamina D reduz as dores de crescimento das crianças

As dores de crescimento das crianças são dores recorrentes nos membros inferiores muito frequentes que ocorrem no final do dia e à noite. O diagnóstico é feito por exclusão de outras doenças.
Alguns autores consideram que estas dores são devidas um crescimento rápido, que normalmente antecede a puberdade.

A deficiência em vitamina D (VD) é muito frequente em crianças e há autores que consideram que estas dores podem ser causadas por uma menor densidade óssea, como resultado de um baixo nível de VD.

Em estudo recente, com 33 crianças, com idade média de 8 anos, com queixas de dores de crescimento, submetidas a estudos para avaliar densidade óssea, VD, paratormona, fosfatase alcalina e fração óssea, classificaram as crianças segundo o nível de VD apresentado, no sangue:

- Com VD suficiente (igual ou superior a 30ng/ml)
- Com VD insuficiente (entre 20 a 30ng /ml)
- Com VD deficiente (inferior a 20ng/ml)
- Com deficiência severa de VD (inferior a 10ng/ml)
Às crianças com VD suficiente não foi dado suplemento. Às crianças com VD insuficiente foi dado suplemento de VD, 25.000 UI, oral 1 vez por mês durante 3 meses. Às crianças com deficiência foi dado suplemento de VD, 100.000 UI 1 vez por mês durante 3 meses. Às crianças com deficiência de VD severa foi dada 100.000 UI injectável 1 dez por mês durante 3 meses. Todas mantiveram suplementos de VD durante 24 meses (o estudo não revela qual a dose).

Os autores reavaliaram as crianças aos 3 e aos 24 meses e comprovaram neste estudo que a terapêutica com VD melhorou significativamente as queixas dolorosas e em 8 crianças as dores desapareceram completamente. Verificaram que a densidade óssea melhorou em todas elas.
 
Filomena Vieira
Médica

terça-feira, 6 de maio de 2014

Vitamina D e Hipertensão Arterial

A HTA é uma doença crónica causada por uma forte pressão exercida pelo sangue sobre as paredes das artérias. Existem fatores de risco modificáveis como o estilo de vida, a dieta, a obesidade, o tabaco, a diabetes e a falta de exercício físico e outros factores não modificáveis como a idade e o sexo. É uma doença mais comum nos homens, na população idosa, podendo haver história familiar. A melhor forma de a diagnosticar é medi-la com regularidade.

Pode ser assintomática e levar a graves complicações como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, perda de visão, doença renal, e doença arterial periférica. Por vezes podem surgir crises hipertensivas com sintomas graves como: dores de cabeça, hemorragia nasal, dificuldades respiratórias e ansiedade severa.

Estudos têm demonstrado a existência de receptores de VD nas células musculares da parede das artérias e a VD parece controlar o desenvolvimento destas células e prevenir a perda da elasticidade e a redução do interior dos vasos.
A VD actua no sistema renina–angiotensina,  responsável pelo aumento da TA , apesar de não se saber como este sistema fica activo.

Algumas experiências têm demonstrado que doentes hipertensos que tomam suplementos de VD, têm redução da tensão sistólica (máxima), mas não da diastólica (mínima) e para cada aumento de 10ng/ml de VD, no sangue, corresponde uma redução do risco de desenvolver HTA em 12%.
Indivíduos com elevados níveis de VD têm uma redução de 30% de desenvolver HTA.

Os autores do artigo recomendam: “Se quer prevenir a HTA ou já sofre da doença e quer evitar complicações, tomar 10 000 UI de VD não lhe causa nenhum problema. A exposição solar ajuda a regular a pressão arterial no seu corpo”.

Ainda não está demonstrado que a VD  isoladamente, previna e trate a HTA.
Filomena Vieira
Médica
 

terça-feira, 29 de abril de 2014

Vitamina D, Hormonas esteróides e autoimunidade

A revista Ann. NY. Acad. Sci., Abril 2014, publica um artigo sobre o sinergismo entre Vitamina D(VD) e hormonas e o impacto positivo, indiscutível, na auto-imunidade.

Os metabolitos endógenos da VD, o calcitriol,1,25 (OH)2D3,é uma verdadeira hormona esteróide,  como os glucocorticóides e hormonas sexuais, e exercem actividade imuno modeladora.

A deficiência em VD, 25(OH)D3,  que implica uma redução da 1,25(OH)2D3, é um factor de risco para as doenças auto-imunes e inflamatórias crónicas, como as doenças infecciosas, diabetes tipo 1, esclerose múltipla e  as doenças reumáticas autoimunes (ARI).

Segundo os autores o calcitriol regula a imunidade inata e a adaptativa e existe possível sinergismo com os glucocorticóides. Diversos estudos demonstram que o calcitriol tem efeitos aditivos na inibição, mediada pela dexametasona, na proliferação dos linfócitos e monócitos. Inversamente a deficiência de VD contribui para o aumento da produção de auto anticorpos pelas células B.O declínio sazonal de VD aumenta a incidência de ARD.

O calcitriol parece reduzir a actividade da aromatase (enzima que converte androgénios em estrogénios) e limitar os efeitos negativos do metabolismo dos estrogénios, reduzindo o desenvolvimento do cancro da mama e ovário.
Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Vamos a banhos ... de Sol!

Quanto mais longe viver do equador maior é o risco de vir a sofrer de doenças autoimunes, cancro, doenças cardiovasculares e depressões, porque quanto mais alta for a latitude menos exposição solar e menos produção de Vitamina D.
 
Não pode produzir Vitamina D, nas regiões de altas latitudes, durante o inverno (por ex. países Nórdicos), mas em regiões como Portugal de média latitude, ( 37 º a 42 º Norte), pode apanhar sol entre Maio a Outubro, com boa incidência de radiação solar UVB, para a produção de Vitamina D para todo o ano.
 
Para beneficiar da exposição solar sem riscos para a saúde, deve:
- 1º: determinar o seu tipo de pele (ver post sobre Deixe Entrar o Sol);
- 2º: expôr pelo menos 50 % do corpo (braços e pernas), sem protetor solar durante o tempo necessário a ficar ligeiramente avermelhada. Consulte a tabela abaixo para determinar qual o seu tempo ideal. Não necessita de ir para a praia ou piscina, pode perfeitamente fazer o seu banho de sol durante um passeio ao ar livre, no intervalo de almoço, durante o período de trabalho.
 
A obesidade interfere com a absorção da Vitamina D, e por isso só a exposição solar não basta para prevenir a insuficiência de Vitamina D e necessitará de suplementos durante o Inverno.

Adaptado de Michael F. Holick, Ph.D., M.D.
 
Texto repescado por termos muitas questões nas nossas consultas sobre este assunto.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Deixe o Sol entrar na sua vida, para ter uma saúde ótima!

Mas por quanto tempo, com ou sem protetor solar?
A melanina é um pigmento que protege a pele naturalmente contra os efeitos nocivos da radiação solar e torna pele bronzeada. Existem 6 tipos de pele, com diferente capacidade de produzir melanina.

Tipo 1 - pele branca, que nunca bronzeia e fica vermelha rapidamente, com queimaduras solares (albinos e alguns nórdicos)
Tipo 2 - dificilmente bronzeia e fica vermelha (nórdicos)
Tipo 3 - por vezes fica vermelha, mas bronzeia gradualmente (povos do Mediterrâneo e Médio – Oriente)
Tipo 4 - raramente se queima e naturalmente bronzeada (indianos e médio-oriente)
Tipo 5 - pele escura, acastanhada (africanos, indianos)
Tipo 6 - pele de cor negra, nunca se queimam e podem permanecer ao sol sem sofrer queimaduras (Africanos).



 
 
A exposição solar em excesso, tem riscos: rugas, manchas na pele e risco de cancro de pele.

Qual a quantidade de sol que será suficiente para pôr os níveis de Vitamina D normais?
Segundo o investigador, Dr.Holick, para o seu corpo produzir 10 000 a 20 000 UI de Vitamina D, necessita de banho solar durante 15 a 30 minutos, na praia, campo ou no quintal, de modo a que pele fique ligeiramente avermelhada, 24 horas após a exposição, 3 vezes por semana e sem protetor solar.

Um protetor solar, fator 8, diminui em 90%, a capacidade da pele produzir Vitamina D. O nosso corpo tem a matéria-prima para produzir Vitamina D, 7-dehidrocolesterol (pró-vitamina D) existente na pele, pronta a ser ativada pela radiação UVB da luz solar. Mas para atuar como hormona, necessita de ser ativada por 2 processos: 1º no fígado e o 2º nos rins. A suplementação de Vitamina D, é necessária se o nível sanguíneo for inferior a 30 ng/mililitro.
 
Durante a exposição solar deve proteger a face e basta expor ao sol cerca de 50% da pele, o que corresponde a área total de braços (18%) e pernas (36%).

Texto repescado por termos muitas questões nas nossas consultas sobre este assunto.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

400 000 UI de Vitamina D reduz a dor e melhora a qualidade de vida

Na revista Euro.J.Gen.Pract. Março 2014, o departamento de Medicina Geral da Universidade de Lyon, França, publica um estudo científico  em que os autores  demonstram o impacto positivo da Vitamina D no controle da dor crónica.
Este estudo, retrospectivo, envolveu doentes com idades entre os 18 anos e os 50 anos que consultaram o seu médico de família por dor musculosquelética difusa, fadiga inexplicável e com deficiência em Vitamina D.

Foram avaliados os níveis de 25(OH)D e escalas de avaliação da dor antes e depois do tratamento .
Os doentes receberam suplementos de Vitamina D, em dose única, de 400 000 UI a 600 000 UI. Os autores verificaram uma melhoria franca nas queixas dolorosas e na qualidade de vida dos doentes.
Para saber mais veja aqui.
 
Filomena Vieira
Médica

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Baixo nível de vitamina D leva a maior declínio cognitivo

Uma investigação animal publicada na Free Radical Biology & Medicine revela uma relação muito direta entre baixos níveis de vitamina D e a função cerebral à medida que ocorre o processo de envelhecimento.

A deficiência de vitamina D é comum entre idosos. A pele fica mais fina com o envelhecimento, o que limita a capacidade de produzir vitamina D a partir da luz solar. Juntamente com as dificuldades de mobilidade e a menor quantidade de atividades ao ar livre – estes são fatores que aumentam o risco de deficiência de vitamina D.

A doença de Alzheimer já foi associada a falta de vitamina D em alguns estudos. E por isso, a relação entre vitamina D e cérebro parece evidente.

No estudo em causa, ratinhos foram alimentados com rações com diversas doses de vitamina D durante 4 a 5 meses (100UI/kg de comida; 1000UI/kg de comida; 10000UI/kg de comida). No fim do período de suplementação verificou-se que os animais com menor quantidade de vitamina D ingerida tinham níveis de stress oxidativo maiores, mais lesões no cérebro e menores classificações nos testes de aprendizagem e memória.

Os investigadores concluíram que níveis adequados de vitamina D são necessários para controlar o stress oxidativo no cérebro e evitar lesões provenientes de um estado oxidativo aumentado.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Vitamina D e Tuberculose

Este dia é dedicado à reflexão sobre o aumento da infecção e as soluções para o controle da doença a nível mundial.

A seguir ao VIH, é a 2ª causa de morte em todo mundo. A TB pode ser facilmente contagiosa através da tosse e secreções. Más condições de vida e problemas sociais complexos, podem estar relacionados com o aumento da doença.

Portugal, é tradicionalmente um país com elevada incidência de TB, em 2012 morreram 140 pessoas por TB e as causas extrapulmonares estão a aumentar.
A Tuberculose é uma infecção bacteriana, provocada pelo Mycobacterium Tuberculosis, que atinge normalmente os pulmões, mas pode afectar todo o corpo, e se não for tratada, leva à morte.

Calcula-se que 9 milhões de pessoas por ano sejam diagnosticadas, com esta doença, em todo o mundo.
Estudos científicos têm demonstrado que a Vitamina D (VD) ajuda no controle da doença. Doentes com TB têm normalmente baixos níveis de VD.
No passado, princípios de século XX, já se usava óleo de fígado de bacalhau e a exposição solar para tratar a TB.

Existe atualmente tratamento específico, com antibióticos, para a TB, mas a suplementação com VD, fortalecendo o sistema imunológico, pode ajudar a prevenir e a tratar a TB.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 26 de março de 2014

Vitamina D, exercício físico e capacidade cardiorespiratória

Com o bom tempo está na altura de deixar o sofá e fazer algum exercício físico, mas para obter melhores resultados, veja o seu nível de Vitamina D.

A revista “Endocrine" de Fevereiro publicou um artigo sobre a influência da Vitamina D na capacidade individual cardiorespiratória, durante o exercício físico e que é avaliada pelo consumo de oxigénio (VO2max).
Todos sabemos que uma boa capacidade cardiorespiratória reduz o risco de diabetes, ataques cardíacos e AVC.

Já existem estudos que demonstram que a Vitamina D favorece a capacidade cardiorespiratória e aumenta a oxidação da gordura promovendo o emagrecimento e controle do peso.
O objectivo deste estudo é determinar qual o nível de Vitamina D que beneficia a VO2max em mulheres sedentárias com idade igual ou superior a 60 anos e determinar se existem diferenças étnicas, entre Afro-Americanas (AA) e Americanas–Europeias (AE).

Os autores demonstraram que a Vitamina D elevada está associada a melhor capacidade cardiorespiratória em mulheres AA e verificaram que os níveis elevados de Vitamina D tanto em mulheres AA como nas AE potencia a oxidação das gorduras.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 19 de março de 2014

Vitamina D e saúde/doença cardiovascular



Um estudo de revisão publicado na Circulation Research descreve o papel da vitamina D na saúde/doença cardiovascular. 

O papel da vitamina D vai muito além das suas funções no tecido ósseo através do metabolismo do cálcio e fósforo. A vitamina D liga-se ao seu receptor em diversas zonas do corpo. Regula por exemplo inúmeros genes que têm relevância na saúde cardiovascular, incluindo proliferação, diferenciação e morte celular, stress oxidativo, transporte transmembranar, homeostase e adesão celular. O receptor da vitamina D encontra-se em muitos tipos de células importantes para o aparelho cardiovascular desde cardiomiócitos, paredes das artérias e até sistema imunitário.

Diversos estudos estabeleceram o papel da vitamina D em processos relevantes para a função cardiovascular incluindo inflamação, trombogénese e no sistema renina-angiotensina. As investigações mostram também uma associação independente entre a deficiência de vitamina D e diversas manifestações de doenças cardiovasculares.

Mais uma vez deixamos o apelo, para que meça a sua vitamina D, confirme o seu valor e suplemente se necessário para atingir valores normais. A sua saúde agradece!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Dermatite Atópica e Vitamina D

Na revista “Pediatrics”, Fevereiro 2014, volume 133, Issue 2, vem publicada uma história clínica sobre o benefício da Vitamina D no tratamento da dermatite atópica.
A dermatite atópica é um problema de pele muito frequente, afectando 10 a 20% das crianças em todo o mundo e a sua severidade está inversamente relacionada com os níveis Vitamina D.
Os autores apresentam um caso clinico, uma rapariga com 14 anos com grave problema de dermatite atópica e alergia ao peixe. A menina residia a alta latitude, portanto com pouca exposição solar.
Analiticamente a menina apresentava hormona paratiróide e fosfatase alcalina elevadas, hipocalcemia e grave deficiência em Vitamina D (12nmol/L). Radiologicamente apresentava raquitismo, que é raro nesta idade.
Foi medicada com intensão de tratar o raquitismo, com Vitamina D tendo-se verificado uma melhoria dramática da dermatite atópica.

Segundo os autores esta caso demonstra uma complexa interacção entre Vitamina D, dermatite atópica e alergia alimentar.
Esta caso clinico levanta a hipótese do potencial da Vitamina D para tratar a dermatite atópica. 


Filomena Vieira 
Médica

sexta-feira, 7 de março de 2014

Prevenção do cancro de pele com Vitamina D

Apesar do mau tempo que atravessámos, dentro de alguns dias, entraremos na Primavera e com ela regressam os banhos de Sol e a problemática do cancro de pele.
A revista “Dermato-Endocrinologia”, Janeiro, 2013, publica um artigo que achamos muito promissor para os amantes de banhos de Sol prolongados.

Este estudo científico põe em evidência a capacidade de foto protecção da Vitamina D (VD), na sua forma mais activa, 1,25 –dihidroxivitamina D3, assim como nos seus derivados, o lumisterol, e compostos semelhantes à VD como o bufalin. Segundo os autores os componentes da VD podem, potencialmente, prevenir o cancro da pele, usados em compostos dermatológicos. Este estudo está focado na acção foto protectora da VD e seus componentes.

A explicação é a seguinte:
A mesma radiação que produz VD, também causa alterações no DNA celular da pele cujo resultado final pode ser o cancro da pele.
Os benefícios da VD produzida através do Sol são indiscutíveis: na prevenção do raquitismo, na redução de quedas, fracturas, mortalidade e depressão, alergias e na auto-imunidade. Devido à alta incidência de cancro de pele é vital encontrar um balanço entre radiação solar para produzir VD suficiente e prevenir os efeitos prejudiciais da radiação UV, cancro e foto envelhecimento.

Tecnicamente a forma activa da VD, 1,25 (OH)2D3, é uma hormona esteróide sintetizada pela pele depois da conversão fotoquímica do 7-dehidrocolesterol da epiderme. A energia necessária para esta reacção química, é fornecida pelos raios UV da radiação solar.
Da exposição continuada ao Sol, resulta a formação de metabolitos da vitamina D: lumisterol, taquisterol e supraesterol.

A carcinogénese é um múltiplo processo que requer: inicio, promoção e progressão. A radiação UV é responsável por 90% do Cancro de pele: melanomas e não melanomas. O efeito foto protector da 1,25(OH)2D3 consiste no aumento da sobrevivência das células da pele após exposição solar prolongada, reduzindo a destruição do ADN e a apoptose celular.

Análogos da VD estão a ser estudados, para a sua aplicação em creme, após o banho solar, como é o caso do lumisterol. O bufalin é um veneno extraído duma espécie de sapo (Bufo) que é um esteróide com as mesmas propriedades da VD (foto protecção, activa o VDR e reduz a destruição do ADN pela radiação UV), está a ser estudado para uso em humanos.

Aplicando VD ou produtos semelhantes, durante e imediatamente após a exposição solar, será possível aumentar a protecção da pele contra a foto carcinogénese.
Para mais informação, aconselhamos a leitura dos post:”O sol como fonte de vida e não de morte” e “Vamos a banhos de Sol”.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 5 de março de 2014

Suplementação de vitamina D em recém-nascidos pré-termo


Na revista Pediatrics foi publicado um estudo que comparou o efeito de diferentes doses de vitamina D (800 vs 400 UI) em recém-nascidos pré-termo (28 a 34 semanas de gestação).
Cada grupo de suplementação diária tinha 48 recém-nascidos. Foram avaliados os níveis de vitamina D e a densidade mineral óssea no inicio do estudo e aos 3 meses de idade.
No grupo suplementado com 800 UI havia menos crianças com níveis de vitamina D inferiores a 20ng/mL aos 3 meses de idade e uma das crianças apresentava excesso de vitamina D no final do estudo. Não houve diferenças na densidade mineral óssea entre os 2 grupos suplementados.

Assim, sabemos que a vitamina D é necessária para todos os bebés e ainda mais para os bebés que nascem antes do tempo, mas não devemos assumir que é sempre bom dar grandes doses de vitamina D. É preciso ter atenção e adequar as doses a cada caso.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Vitamina D e saúde humana – Perspectiva global

Foi publicado um estudo muito completo, da responsabilidade Arash Hossein, MD, PhD e Michael F.Holick, PhD, MD, em que fazem uma avaliação de toda a documentação científica  sobre Vitamina D, publicada até Abril 2013, que aconselhamos a ler com toda atenção.

Destacamos os 5 pontos fundamentais, sobre a Vitamina D, e que interessa ao público em geral:

A deficiência da Vitamina D é uma situação clínica subdiagnosticada, em todo o mundo.
Evidência científica de centenas de estudos que demonstram o impacto da Vitamina D na redução do risco de diabetes tipo 1, doenças cardiovasculares, certos cancros, declínio cognitivo, depressão, complicações na gravidez, auto-imunidade, alergia e até na fragilidade física.
O melhor método para determinar a deficiência de Vitamina D é fazer uma análise ao sangue.
A deficiência em Vitamina D durante a gravidez pode influenciar o futuro do feto, pode aumentar a susceptibilidade para a doença e diminuir a esperança de vida.
A prevenção da deficiência de Vitamina D passa por alguma exposição solar, alimentação rica em vitamina D e tomar suplementos.

No capitulo “Safety and Intoxication” (Segurança e Intoxicação) os autores chamam a atenção para o acompanhamento médico durante a suplementação e, consideram que até 10.000 UI de Vitamina D3, por dia, não existe o risco de hipercalcemia e hipercalciúria aconselhando a ponderar os riscos quando se atingem valores de Vitamina D no sangue superiores a 200ng/ml.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Vitamina D no tratamento do Hiperparatiroidismo primário

Uma investigação publicada no The journal of clinical endocrinology and metabolism descreve a relação entre a vitamina D e o tratamento de casos de Hiperparatiroidismo primário (HPP).

Baixos níveis de vitamina D são comuns em pacientes com HPP e são associados a níveis mais elevados de Paratormona (PTH). Apesar disso existe algum receio quanto à suplementação de vitamina D nestes casos.

O objectivo do estudo em questão foi avaliar os efeitos da suplementação de vitamina D no metabolismo do cálcio e no metabolismo ósseo em pacientes com HPP.

46 pacientes com HPP entraram no estudo e foram divididos em 2 grupos. Uma dose diária 2800 UI de vitamina D ou placebo foi administrada durante 52 semanas (26 semanas antes da paratiroidectomia http://pt.wikipedia.org/wiki/Paratiroidectomia e 26 semanas depois).

Os níveis de vitamina D aumentaram de 50 para 94 nmol/L no grupo de tratamento e desceram de 57 para 52 nmol/L no grupo controlo, no período antes da operação.
Comparado com o placebo, o tratamento com vitamina D diminuiu a PTH cerca de 17% e amentou em cerca de 2,5% a densidade mineral óssea. Após a operação, a PTH manteve-se baixa (que é o desejado) no grupo controlo e não se verificaram valores indesejados de cálcio no plasma ou urina.

A suplementação com vitamina D é por isso uma forma eficaz de aumentar os níveis desta vitamina, diminuir os níveis de PTH e ajudar no metabolismo ósseo em casos de Hiperparatiroidismo.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Complicações na gravidez e neonatais provocadas pela deficiência em Vitamina D

A BMJ publicou em Março 2013, um estudo baseado numa revisão sistemática da literatura, sobre a associação entre o nível da Vitamina D (VD) e incidência de complicações durante a gravidez e no período neonatal.

Este estudo consistiu na revisão de 3357 publicações científicas, envolvendo 22.000 grávidas, que permitiram concluir que a pré–eclampsia, a diabetes gestacional, a vaginose  bacteriana,  a cesariana, o baixo peso do feto para o tempo de gestação e o baixo peso ao nascer, podem estar relacionadas com deficiência de VD materna.

É reconhecido em saúde pública que a deficiência em VD é prejudicial para as gestantes, mas ainda está por definir qual o valor a partir do qual se considera deficiência.
Estão a decorrer estudos para se chegar um consenso, em relação à saúde materno fetal, sobre o nível óptimo de VD no sangue.

Os autores consideraram insuficiência de VD, na grávida, valores inferiores a 75 nmol/litro (30ng/ml) e no recém–nascido  37,5 nmol/L (15ng/ml).

Nos diversos estudos analisados os autores verificaram que a deficiência em VD nas grávidas é comum, tendo em consideração as mulheres que limitam a exposição solar, (por viverem em climas frios, uso de roupa e protectores solares) e nos pequenos grupos étnicos, com pele escura que habitam países afastados do equador.
As boas práticas médicas recomendam suplemento nas grávidas, de VD, que varia entre 600 a 2000 UI por dia. É consensual os benefícios da VD a nível ósseo, e já existem estudos que demonstram que 1,25 (OH)2D3, calcitriol, a forma activa da VD, regula vários genes, cerca de 5% do genoma humano.

Na diabetes gestacional induzida pela resistência à insulina, existe evidência científica de que a VD melhora a sensibilidade das células à insulina.
A VD tem um papel importante no desenvolvimento da placenta através da regulação e expressão genética, que pode afectar o desencadear da pré-eclampsia.

O baixo peso ao nascer do recém–nascido pode ser evitado pela suplementação com VD.
Aconselhamos a leitura do nosso post “Deficiência de Vitamina D na gravidez aumenta o risco de cesariana”.

Filomena Viera
Médica

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Vitamina D ajuda na fibromialgia

Na revista Pain vem publicado um estudo que avaliou a relação entre a vitamina D e a fibromialgia.
O papel da vitamina D na perceção da dor é bastante interessante e já foi discutido em diversas publicações. Baixos níveis de vitamina D são muito comuns em pacientes com dor crónica ou com diagnóstico de fibromialgia. Não existem muitos estudos a verificar o efeito da suplementação.

A investigação em causa incluiu 30 homens com diagnóstico de fibromialgia com níveis de vitamina D inferiores a 32ng/mL que foram divididos entre grupo controlo e grupo de tratamento. O objetivo era aumentar os níveis de vitamina D para valores entre 32 e 48 ng/mL durante 20 semanas através de suplementação.
No final da suplementação foram aguardadas mais 24 semanas sem que nenhum grupo fosse suplementado e no final desse período ambos os grupos foram re-avaliados.

A hipótese que estava em cima da mesa era que o aumento dos níveis de vitamina D deveria resultar numa diminuição da dor. Para além da dor muitos outros parâmetros foram avaliados, relacionados com a qualidade de vida destes pacientes.

Nos pacientes suplementados foi verificada uma redução marcada da dor, um aumento da mobilidade e do bem-estar geral.
São necessários mais estudos, com um número maior de pacientes, mas esta investigação é já um bom indício de que a vitamina D poderá ajudar (e muito) pacientes com fibromialgia.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A Vitamina D como potencial terapêutica para o tratamento da Endometriose

 A revista Metabolism,  Clinical and Experimental, Janeiro 2014, publica um estudo  prospectivo, baseado  na revisão da literatura cientifica de 1946 até 2013, sobre a relação entre Vitamina D (VD) e endometriose.

 O estudo pretende elucidar sobre o papel da VD na endometriose e considera que deficiência de VD é um factor de risco modificável para esta doença. Um nível elevado de VD no sangue está associado a um menor risco de endometriose.

A endometriose é definida como uma doença ginecológica causada pela presença ectópica de glândulas do endométrio e de estroma, provocada pelo refluxo de sangue menstrual devido à disseminação metastática do tecido do endométrio através da corrente sanguínea venosa.
Afecta 6 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, causando dismenorreia, dispareunia, dor pélvica crónica, hemorragias uterinas e infertilidade.
Já existem estudos que confirmam os benefícios da VD na dismenorreia. O estudo aponta para o benefício da VD no combate à dor pélvica cronica, na endometriose.

Os autores destacam vários pontos relevantes a favor da evidência científica da acção biológica da VD na endometriose:

- A dieta, produtos lácteos e ambiente: A endometriose é considerada uma doença crónica inflamatória, estrógeno-dependente. O stress oxidativo pode contribuir para o aparecimento da doença. A dieta tem influência através da promoção da inflamação e dos efeitos estrogénicos. A endometriose é mais frequente em consumidoras de produtos lácteos. O nível sanguíneo de VD é inversamente associada à endometriose.

- O VDR afecta a expressão genética de 900 genes. A VD e seus metabolitos estão relacionados com infertilidade, 30 a 50 % das mulheres com endometriose são inférteis. A VD induz o processo de implantação do blastocisto.

- O endométrio como alvo da actividade da VD - o tecido do endométrio é hormono-dependente. O receptor da VD (VDR) e as enzimas  24-hidroxilase e 1-alfa–hidroxilase encontram-se nas células normais do endométrio. O endométrio é alvo da acção da 1,25 dihidroxivitamina D através da regulação de genes e do sistema imune e intervém na regulação de genes específicos - o gene Hoxa10 envolvido na embriogénese.

- A endometriose como doença auto-imune, é uma doença com características malignas que obedece a critérios de doença auto-imune e a VD sendo um agente antiporoliferativo, anti-inflamatório e com propriedades imunomodeladoras tem impacto positivo no controle desta doença.

- A VD como agente antineoplásico - A endometriose mimetiza a doença maligna caracterizada pela invasão das células de endométrio a órgãos adjacentes (intestino e bexiga), aumento da angiogénese, a necessidade de intervenções cirúrgicas e o aumento da incidência de cancro do ovário. Há demonstração de que a VD actua na redução da invasão tumoral e diminui a incidência de cancro nas mulheres pós-menopausa.

- A VD tem efeito imuno modelador controlando a resposta TH1 e TH2, inibindo a IL12, IL2,TNF e interferon.

- A VD como potencial para tratamento da endometriose - estudos realizados em modelos animais em que utilizaram um agonista da VD “elocalcitol”, demonstrou reduzir as lesões em 1 a 2 semanas depois de induzida a doença em animais. Aguardam-se estudos em mulheres afectadas.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Entrevista Dr Cícero Coimbra - Vitamina D

Ontem no Programa "Sua Saúde", o Dr Cícero esclareceu mais uma vez o público sobre as funções da vitamina D e os seus benefícios do tratamento de casos de Esclerose Múltipla.

Nunca é demais ouvir:


http://videos.ruralbr.com.br/canalrural/video/sua-saude/2014/02/vitamina-pode-ajudar-combate-esclerose-multipla/63300/

Veja aqui a reportagem.
Leia aqui sobre o nosso Protocolo de Correcção Terapêutica da Deficiência de Vitamina D.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Vitamina D poderá ser uma ajuda na terapêutica da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Foi publicada na revista CNS Neuroscience and therapeutics uma revisão sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e a vitamina D.

A vitamina D já demonstrou influenciar diversos aspetos em casos de ELA. Alguma investigação em ratinhos mostra que o tratamento com vitamina D pode melhorar a função muscular comprometida e aumentar o tamanho muscular que foi perdido por consequência da doença. A vitamina D também diminui a expressão de biomarcadores associados a stress oxidativo e inflamação em pacientes com esclerose múltipla, artrite reumatóide, doença de Parkinson, doença de Alzheimer – doenças que partilham características patofiosiológicas com a ELA.

Para além disso, recentemente os autores publicaram outra investigação que mostrava que altas doses de vitamina D melhoram sintomas em ratinhos com ELA e a privação da vitamina D piorava o quadro clínico.
Conclui-se que a evidência disponível mostra que, ao contrário do que se passa com o medicamento riluzol, a vitamina D afeta muitos aspetos da patofisiologia da ELA e pode ter efeitos cumulativos muito benéficos.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Associação de baixos níveis de Vitamina D e mortalidade

Na revista “Age and Ageing “ da British Geriartrics Society, de Dezembro 2013, vem publicado um artigo intitulado “Associação da 25-hidroxivitamina D, 1,25-dihidroxivitamina D e da hormona paratiróide com a mortalidade em homens europeus de meia-idade e idosos”.

A vitamina D tem sido associada a um aumento do risco de mortalidade, mas a relação tem sido ligada à morbilidade coexistente e a factores de risco ambientais adversos.
O objectivo deste estudo é demonstrar que os níveis baixos de vitamina D são prognóstico de todas as causas de morte, principalmente cardiovasculares e cancro, independentemente do estado de saúde e estilos de vida do individuo antes da morte.

Ainda não sabem determinar qual o nível de Vitamina D a partir do qual há o risco aumentado de morte por determinada doença, excepto no cancro, que está associado a um nível endógeno de vitamina D inferior a 25 nmol/l (normal 80 a 100nmo/l).

A hormona paratiróide (PTH) elevada está associada a um aumento de todas as causas de morte.

Na nossa opinião a determinação do nível sanguíneo da Vitamina D neste grupo etário entre 50 e 80 anos em indivíduos  de ambos os sexos,  saudáveis ou doentes, permite corrigir deficiências, prevenir determinadas doenças e dar melhor qualidade de vida àqueles que já sofrem de doenças crónicas.
 
Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Relação da vitamina D com a função do pâncreas

Uma investigação publicada no Pakistan jornal of medical sciences teve como objetivo avaliar a relação entre os níveis de vitamina D e a função das células beta do pâncreas.
As células beta do pâncreas são as responsáveis pelo armazenamento e secreção de insulina.

O estudo incluiu 180 pacientes com diabetes mellitus tipo 2, 178 pacientes com valores de glicose fora do normal e 160 controlos com valores normais. Foram efetuadas várias análises que comprovaram a função pancreática, (prova de tolerância oral à glicose, bem como diversos índices para avaliar a secreção da insulina e sua eficácia), bem como medição da vitamina D.

Os níveis de vitamina D foram significativamente mais baixos e os índices de avaliação das funções das células beta foram piores, nos pacientes diabéticos ou com alterações do metabolismo da glicose do que nos controlos saudáveis.
Os resultados mostraram também que os níveis baixos de vitamina D estavam positivamente relacionados com a secreção de insulina em jejum e com o índice de medição de função das células beta.

Portanto, todos os resultados apontaram para uma relação íntima e directa entre os níveis de vitamina D e a função das células beta do pâncreas. 

Por isso, os pacientes diabéticos devem ser também alvo de medição do valor da vitamina D, bem como quem apresenta alterações do metabolisimo da glicose, para que possam ser feitas correções antes que níveis baixos de vitamina D piorem ainda mais o estado de saúde.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Medição de vitamina D em jovens saudáveis pode fazer sentido!

Uma investigação publicada no jornal Nutrition já em 2014, avaliou os níveis de vitamina D de 1100 adolescentes iranianos (52% dos participantes rapazes) e verificou se poderiam estar relacionados com fatores de risco cardiometabólico (pressão arterial, colesterol, ...). A média de idades rondava os 14 anos.
 As relações da vitamina D com os fatores de risco cardiometabólico foram ajustados para a idade, género, índice de massa corporal e perímetro da cinta.
O nível médio de vitamina D foi de 12.70 ng/mL nos rapazes e 13.20 ng/mL nas raparigas, o que são níveis insuficientes. 40% dos participantes tinha um nível deficiente de vitamina D e 39% tinham um nível insuficiente. 
Foram encontradas relação entre os níveis baixos de vitamina D e pressão arterial alta, colesterol total e colesterol LDL altos e colesterol HDL baixo. A relação mais forte foi com o HDL baixo (que é o colesterol bom que deve estar alto).

Este estudo demonstra por isso, uma taxa elevada de deficiência de vitamina D numa população jovem de um país onde a exposição solar não é problema. Os baixos níveis de vitamina D foram associados a fatores de risco cardiometabólicos independentes do peso dos jovens.
Mesmo nos adolescentes é importante a medição da vitamina D e a sua correção se necessário!