quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Doenças relacionadas com deficiência de vitamina D

Algumas das condições mais comuns e debilitantes de saúde hoje podem estar ligadas a uma deficiência de nutrientes que assola milhões de ocidentais: a deficiência de vitamina D.
Aqui estão sete doenças comuns que podem estar cientificamente ligadas a uma falta crónica de vitamina D:
1) Asma: Embora a causa definitiva da asma esteja ainda em debate, recentemente a ciência aponta para a vitamina D, e em particular a falta dela, como um fator importante na sua prevalência. Especialmente em crianças, a vitamina D tem sido demostrada para ajudar a reduzir a gravidade e a prevalência de sintomas de asma, e pode ajudar a acalmar a inflamação responsável por restringir vias aéreas.
2) Hipertensão: Um estudo recentemente publicado no Journal of Investigative Medicine descobriu que os pacientes com hipertensão melhoram quando os níveis de vitamina D são  impulsionados.
3) Doença Inflamatória Intestinal: Numerosos estudos realizados na Europa, Índia e Estados Unidos identificaram uma ligação entre baixos níveis de vitamina D e maiores taxas de doença de Crohn, colite ulcerativa, e outras formas de IBS. Com base nessa coorte de pesquisa, as populações onde a exposição solar natural é limitada tendem a ter maiores taxas de doença inflamatória intestinal, e vice-versa .
4) Diabetes tipo 2: Um estudo de 2011 publicado na revista AIDS, descobriu que a deficiência de vitamina D pode agravar os sintomas da síndrome metabólica em pacientes com HIV. Mas, no processo de aprendizagem, a equipe de pesquisa também descobriu que a manutenção de níveis elevados de vitamina D através da exposição à luz solar ou a suplementação pode realmente ajudar a reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em geral.
5) As cáries: Suspeita-se, pelo menos desde meados dos anos 1800 que a falta de exposição à luz solar natural é uma das principais causas de problemas de saúde. Mas nos últimos anos, os cientistas depositaram condições específicas, incluindo a má saúde bucal, à falta de vitamina D. Vários estudos recentes descobriram que os níveis ideais de vitamina D promovem a calcificação de dentes saudáveis, enquanto a falta deste importante nutriente pode levar a maiores taxas de cáries dentárias.

6) A artrite reumatoide: Um estudo recente encontrou uma " forte associação" entre a deficiência de vitamina D e Artrite Reumatóide. De facto, aqueles com os níveis mais baixos no plasma sanguíneo de 25(OH)D3 foram considerados até cinco vezes mais susceptíveis às doenças relacionadas com a Artrite Reumatóide do que outros

7) Cancro: Quer se trate de mama, próstata, colo do útero, colo-rectal, esofágico, gástrico, do endométrio, do ovário, pancreático, renal, ou, de todos os tipos de cancros, têm demonstrado ser mais proeminentes entre as pessoas com níveis inadequados de vitamina D. Por outro lado, aqueles com a maior níveis de vitamina D, ou o que são considerados níveis "ótimos", tendem a ser menos propensos a desenvolver cancro.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Como tomar Vitamina D em gotas

A equipa médica da Clinica Drª Cristina Sales, responsável pela aplicação do protocolo da Terapêutica da Vitamina D, do Dr. Cícero Coimbra, na Esclerose Múltipla e outras doenças auto-imunes, alerta para o facto de haver alguma discrepância entre a contagem de gotas de “Vigantol” e o uso de colher - medida ou outro tipo de conta-gotas.

 O “Vigantol” é um produto oleoso, e em doentes que tomam altas doses de Vitamina D a contagem de gotas pode ser demorada. A correspondência da dose total em gotas pode ser calculada em mililitros, sendo neste caso 30 gotas igual a 1 mililitro, mas apenas usando o conta-gotas do frasco de “Vigantol”. Se usar outro conta-gotas ou uma colher de medida de outro produto qualquer, não adaptados à viscosidade do produto, para facilitar e acelerar a contagem, pode a dose de vitamina D, não ser exactamente a mesma. O uso de seringa, em que 1 ml é exactamente igual a 30 gotas, é uma forma correcta e útil quando o doente faz doses elevadas, mas exige uma certa destreza de mãos.

Assim sendo, aconselhámos, para otimizar o tratamento, usar o método de contagem de gotas, com calma, conforme o médico prescreveu, colocando o frasco de ”Vigantol” invertido, com uma inclinação de 45º, diretamente para uma colher e logo de seguida engolir o medicamento. O frasco não deve ser agitado para acelerar o processo. Deve ter em consideração que 1 gota de Vigantol são 667 UI.

Filomena Viera

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Vitamina D pode ajudar na prevenção de infeções respiratórias


Infeções respiratórias estão relacionadas com baixos níveis de vitamina D e foi objetivo de um estudo dinamarquês publicado este ano, verificar através de revisão e metanálise, o efeito preventivo da suplementação em infeções respiratórias.

A metanálise foi levada a cabo com 11 estudos com controlo que incluíram um total de 5660 pacientes. Verificou-se que a suplementação teve um efeito protetor das infeções respiratórias principalmente quando tomada diariamente.

Apesar de tudo são necessários mais estudos com maior uniformidade entre eles.
De qualquer forma é mais uma porta que se abre e que mostra que a verificação dos níveis de vitamina D e a sua correção são sem dúvida fundamentais.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Conversão de Unidades Internacionais para Microgramas (e vice versa)



A vitamina D pode ser apresentada em microgramas e em Unidades Internacionais. Por vezes as duas formas são apresentadas, mas para que não se confunda, deve ter noção do valor de conversão:



1 micrograma de vitamina D = 40 Unidades Internacionais
1 Unidade Internacional = 0,025 microgramas de Vitamina D


Assim, sendo X o valor que conhecemos e Y o valor que queremos conhecer:
 X Unidades Internacionais de vitamina D x 0,025 = Y microgramas

X microgramas de vitamina D x 40 = Y Unidades Internacionais

Por exemplo:
- Se estiver a fazer uma suplementação de 8 mil unidades de vitamina D, isso significa que está a tomar 200 microgramas de vitamina D (8000 x 0,025).

- Se estiver a fazer uma suplementação de 500 microgramas de vitamina D, isso significa que está a tomar 20 000 Unidades Internacionais (500 x 40).

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Vitamina D e exposição a raios UV em doentes renais

No início do ano, na revista Dermato-Endocrinology, foi publicado um artigo muito interessante que nos faz ponderar todas as hipóteses de ajuda que podem ser dadas aos pacientes.
 
O metabolismo da vitamina D passa pelo rim e como tal, em doentes renais é muito usual verificar níveis baixos de vitamina D3.
O estudo verificou que em doentes alemães a fazer diálise, diálise peritoneal ou que foram sujeitos a transplante de rim, é muito usual o valor de vitamina D estar abaixo de 20ng/mL.
Ao longo de 12 anos, um grupo de doentes renais foi seguido e apenas 30% tinha um valor de vitamina D superior a 30ng/mL no início do estudo.

Os indivíduos foram sujeitos a exposição a lâmpadas produtoras de raios UVB em 15% do corpo durante os tratamentos de hemodiálise e a exposição de corpo inteiro 3 vezes por semana, antes dos tratamentos. Estas lâmpadas permitem a produção direta de vitamina D3.
 
Observou-se um aumento entre 35-50% dos valores de vitamina D ao fim de 2-3 meses, que foi acompanhado de manutenção da densidade mineral óssea, normalização da pressão arterial e do batimento cardíaco.
Os pacientes que mantiveram a exposição às lâmpadas nos 3 dias antes do tratamento, mantiveram os seus níveis de vitamina D.
 
É por isso possível permitir que doentes renais, em quem grandes doses de suplementação de vitamina D não se podem fazer, os valores de vitamina D se aproximem de valores considerados mais saudáveis.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Por um novoparadigma de conduta e tratamento

 
Por entendermos ser de extrema importância, publicamos aqui este texto do Dr Cícero Galli Coimbra, publicado no site do Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade:

"O Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade ("Instituto de Autoimunidade") foi criado no primeiro semestre de 2011, a partir da iniciativa deste médico signatário e de ex-pacientes (atualmente seus amigos) que apresentavam manifestações autoimunitárias, e que foram beneficiados com o tratamento a eles oferecido. Atualmente essas pessoas possuem um nível normal de qualidade de vida, mantendo-se livres das agressões do sistema imunológico, ao ponto de considerarem-se ex-portadores da doença e participam da direção do Instituto de Autoimunidade, idealisticamente voltados para viabilizarem o mesmo benefício para outros pacientes, especialmente os mais carentes.

Os relatos espontâneos dos pacientes beneficiados geraram grande repercussão nas comunidades da rede mundial de computadores, originando a demanda pelas atividades a que se propõe o Instituto de Autoimunidade.O alvo das atividades do Instituto de Autoimunidade volta-se para a identificação e para a correção de distúrbios metabólicos causadores das doenças autoimunitárias, inicialmente com especial atenção para a correção da deficiência de vitamina D, hoje amplamente reconhecida por diversos membros da comunidade científica internacional como fator primordial no surgimento e exacerbação da atividade de doenças autoimunitárias e outras doenças graves, tais como câncer.
A "vitamina D" (ou "colecalciferol") é, na realidade, atualmente considerada um pré-hormônio no meio científico (pois é transformada em diversas células do organismo humano no hormônio calcitriol – hormônio esse potencialmente capaz de modificar 229 funções biológicas no organismo humano – referência 1). A utilização do colecalciferol como tratamento via oral (desde que em doses fisiologicamente realistas – próximas daquelas obtidas através da exposição solar abundante) tem baixo custo e alta efetividade; mostra-se capaz de manter os pacientes sem os prejuízos físicos, psíquicos e sociais relacionados às doenças autoimunitárias, além de promover a regressão potencialmente completa de sequelas recentemente adquiridas, o bem-estar e a autoconfiança do paciente.
 
Poupa-se ao sistema de saúde público e privado vultosos gastos com internações hospitalares e medicamentos dispendiosos, ensejando-se a um grande número de pacientes uma vida essencialmente normal e produtiva, livrando-os de uma sobrevivência na condição de doentes crônicos, incapacitados para o trabalho e dependentes do sistema previdenciário. Enfatiza-se que não se trata de um tratamento alternativo, mas de fato de reconstituir o mecanismo que a própria natureza desenvolveu com o objetivo de evitar a agressão autoimunitária contra o próprio organismo.Em vista do conflito com interesses relacionados ao comércio de medicamentos (que mensalmente movimenta somas bilionárias) que atravanca a absorção desses conhecimentos mais recentes pela comunidade médica, o Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade assume já como força motriz inspiradora de suas atividades, desde a sua fundação, o fundamental compromisso de difundir as bases desse tratamento para outros profissionais médicos, para que se tornem também eles elementos difusores dessa terapia, dessa forma contribuindo para o encurtamento do tempo que será gasto para que um número maior de pacientes sejam beneficiados.
 
O conhecimento científico atual revela que a deficiência de vitamina D (que afeta 76.5% de moradores na cidade de São Paulo durante o inverno, baixando para apenas 37.3% durante o verão (segundo pesquisas publicadas por pesquisadores da USP e da UNIFESP em 2010 – referência 2) está associado à ocorrência (suscetibilidade) e à sustentação (gravidade) de virtualmente todas as doenças ou manifestações autoimunitárias, incluindo-se a esclerose múltipla, neurite óptica, doença de Devic, doença de Guillain-Barré (poliradiculo-neurite), polineuropatia, miastenia gravis, artrite reumatóide, lúpus (discóide ou eritematoso sistêmico), doença de Crohn, retocolite ulcerativa, doença celíaca, cirrose biliar primária, hipotireoidismo (tireoidite de Hashimoto), uveíte, episclerite, psoríase, vitiligo, abortos no primeiro trimestre da gestação, doença periodontal, diabete infanto-juvenil, alergias, etc. Também encontram-se associados à deficiência de vitamina D (facilitados, induzidos ou favorecidos por ela) outros distúrbios ou doenças não autoimunitárias (ou ainda não classificadas como autoimunitárias pela ciência contemporânea), tais como câncer, hipertensão, diabete da maturidade, acidentes cardiovasculares, osteopenia e osteoporose, depressão, distúrbio bipolar, esquizofrenia, infertilidade, malformações congênitas, dor crônica (incluindo-se a fibromialgia e a enxaqueca), doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer), sonolência excessiva, etc.
Evidências epidemiológicas recentes indicam que o autismo é provavelmente causado ou pelo menos grandemente facilitado pela deficiência grave de vitamina D ocorrendo durante a gestação da criança afetada.Atualmente existem inúmeras fontes científicas que evidenciam a imperiosa necessidade ética de não se permitir que quaisquer pessoas (sejam pacientes portadores ou não dessas doenças ou distúrbios) sejam mantidos com deficiência de vitamina D – o que segue acontecendo também em decorrência da habitual suplementação de apenas 200 UI por dia na prática médica comum. Com essas doses irrisórias, um paciente portador de esclerose múltipla passa de um nível circulante de vitamina D médio de 14 ng/ml para apenas 16 ng/ml depois de 2 meses de tratamento. Os valores circulantes de referência para a vitamina D [medida sob a forma de 25(OH)D3, nunca (!) sob a forma de 1,25(OH)2D3] são de 30-100 ng/ml para a grande maioria dos laboratórios clínicos. Enfatiza-se que o nível de 30 ng/ml seria ainda inferior ao adequado segundo cientistas internacionais sérios e éticos, que propõem como ideal os níveis de ao menos 40-50 ng/ml de 25(OH)D3 para uma pessoa normal. As pesquisas mais recentes, no entanto, têm demonstrado que os portadores de doenças autoimunitárias, por razões genéticas (referências 3 e 4), são parcialmente resistentes aos efeitos do colecalciferol, necessitando, portanto, de níveis ainda mais elevados para estarem livres das agressões do seu próprio sistema imunológico. Nesses casos, o nível adequado somente pode ser estabelecido mediante o acompanhamento clínico e laboratorial que permita o ajuste da dose conforme a necessidade individual de cada paciente, sem o risco de efeitos colaterais graves, especialmente sobre a função renal.
 
Constituem-se em indivíduos com maior risco deficiência de vitamina D e maior risco se sofrerem complicações graves decorrentes dessa alteração metabólica, aquelas pessoas [1] com idade avançada (a pele de um indivíduo idoso de 70 anos produz apenas um quarto da quantidade de vitamina D produzida por um jovem de 20 anos de idade); [2] com sobre-peso (a gordura acumulada sob a pele sequestra a vitamina D da circulação; em geral a necessidade de vitamina D nesses indivíduos é duplicada em relação a uma pessoa com peso normal para a mesma estatura); [3] com pele escura (a melanina reduz a absorção dos raios solares matinais produtores de vitamina D); [4] que trabalham ou estudam ou exercem suas atividades rotineiras exclusivamente em ambientes confinados, isolados da luz solar da manhã ou do final da tarde; [5] que, mal orientados, utilizam filtros solares de forma indiscriminada, em horários (tais como no período inicial da manhã) em que a exposição solar é absolutamente necessária para a abundante produção de vitamina D na pele descoberta e para preservação da saúde (fator de proteção solar de nível 8 reduz em 90% a produção de vitamina D; o uso de fator de proteção de nível 15 reduz em 99% essa produção); [6] que vivem em localidades mais distantes da linha do Equador, onde a radiação solar é limitada por invernos mais longos, dias mais curtos, e são utilizadas roupas que cobrem uma maior extensão de pele para proteção contra o frio.
 
É importante que se enfatize, no entanto, que mesmo em localidades próximas do Equador, o problema já se tornou muito similar, devido [1] à ampliação da malha viária de metrô com estacionamentos cobertos próprios, e ocasionalmente com acesso direto ao interior de centros comerciais, [2] à construção de um número crescente de centros comerciais ("shopping centers" – onde famílias inteiras passam várias horas de seus finais de semana, em lugar de frequentarem praias, parques, zoológicos e jardins botânicos); [3] ao uso de películas protetoras nos pára-brisas e janelas dos carros, [4] à construção de estacionamentos subterrâneos sob os prédios residenciais e comerciais, com acesso direto ao elevador; [5] à adesão crescente às diversões e passatempos encontrados no próprio ambiente doméstico, proporcionadas pelos jogos eletrônicos, canais de TV a cabo, DVDs, "Blu Rays", e pela interatividade crescente proporcionada pela rede mundial de computadores. Pais e mães sentem-se confortáveis vendo seus filhos entretidos com essas atividades domésticas de lazer, por perceberem que assim se mantém distantes da violência urbana.
 
Enquanto isso o percentual de crianças com diabete do tipo I cresce 6% ao ano na Europa; todas essas características da vida urbana moderna permitem ao indivíduo contemporâneo deslocar-se e realizar praticamente qualquer atividade no meio urbano com exposição solar virtualmente nula.Evidencia-se que três fatores, atuando em conjunto, contribuem para um efeito desastroso para a saúde pública e para os gastos públicos e privados nesse setor e no setor previdenciário: [1] o grande percentual de indivíduos afetados, especialmente na população urbana; [2] o grande número de doenças e distúrbios provocados ou facilitados pela deficiência de um hormônio que potencialmente participa da regulação de 229 funções biológicas no organismo humano; [3] à desinformação da maior parte da classe médica, que há muitas décadas segue temerosa de administrar pela via oral (preventiva ou terapeuticamente, a indivíduos adultos) doses absolutamente fisiológicas, tais como 10.000 UI por dia, que são produzidas por pessoas de pele clara durante meros 20 minutos de exposição ao sol da manhã, sem protetor solar. Tal indivíduo teria de ingerir 100 copos de leite para inteirar a mesma quantidade de vitamina D, que é também 50 vezes superior à dose diária de 200 UI (a mais comumente prescrita por ser erroneamente divulgada como "recomendada").
 
Assim, evidencia-se como absolutamente vital e urgente uma mudança de paradigma em relação ao potencial preventivo e terapêutico proporcionado por doses bem mais elevadas de colecalciferol do que aquelas correntemente utilizadas, especialmente em pacientes que, por motivos próprios de sua condição clínica, têm limitações para expor-se ao sol, tal como os portadores de lúpus (pela possibilidade de piora das lesões de pele induzida pelos raios UV), vitiligo (pela facilidade de dano à pele) e esclerose múltipla (pela intolerância ao calor). Ao serem aconselhados a evitarem a exposição solar, têm agravada a deficiência de vitamina D, e em consequência, agrava-se a doença autoimunitária.
 
É profundamente lamentável que milhares de pessoas jovens, em todo o Brasil, portadoras de esclerose múltipla, estejam tornando-se cegas e paraplégicas apenas por falta de uma substância que poderia ser administrada sob a forma de gotas, em uma única dose diária, o que lhes devolveria a perspectiva certa de uma vida normal.Não há justificativa para não corrigir-se qualquer alteração ou deficiência metabólica que possa ser corrigida, mesmo na ausência de sinais clínicos detectáveis de possíveis consequências danosas à saúde. Fazê-lo é obrigação! Não fazê-lo pode ser encarado como negligência ou resultado de desinformação. O médico não pode deixar sob risco a saúde do paciente que o procura, mesmo para prevenção. Prevenção é e será sempre a melhor abordagem, seja de forma individualizada, ou como política governamental de saúde pública.
 
O que dizer do caso do paciente que já é portador de uma doença autoimunitária, tal como a esclerose múltipla, cuja alta frequência de surtos e elevada severidade das sequelas neurológicas (paraplegia, cegueira) correlaciona-se com os níveis circulantes mais baixos de vitamina D (referência 5)? Como justificar-se o hábito de sequer solicitar-se a medida das concentrações de 25(OH)D3 no paciente portador, quanto mais de não administrar-se doses realisticamente capazes de corrigir a deficiência que, segundo a literatura especializada, é praticamente certa? Como aceitar-se a passividade frente a um distúrbio metabólico de fácil correção, quanto a administração de doses muito mais elevadas (do que aquelas irrisórias e injustificadamente chamadas de "recomendadas") que levam à redução das lesões ativas (referência 6) e foram demonstradas serem perfeitamente seguras (referências 6 e 7)? Como aceitar tal passividade, sabendo-se que já em 1986 (há 25 anos) demonstrou-se que doses bem mais modestas (8 vezes inferiores àquelas demonstradas como seguras, mas ainda assim 25 vezes superiores às "recomendadas" pelo comportamento terapêutico convencional) mostraram-se capazes de reduzir em mais de 50% a frequência de surtos em portadores de esclerose múltipla (referência 8)?Qual a justificativa para que qualquer médico, mesmo em face desses dados, simplesmente volte as costas a essa questão e deixe o paciente (cuja saúde encontra-se sob sua responsabilidade profissional) com uma deficiência metabólica cuja correção é, por si mesma (independentemente da presença de qualquer doença), ética e tecnicamente obrigatória, e que poderia poupar seu paciente portador de esclerose múltipla do sofrimento intenso e permanente provocado por sequelas graves, irreversíveis e incapacitantes, tais como a cegueira e a paraplegia?

Como propor estudos "controlados" para a correção de qualquer hipovitaminose (não somente a hipovitaminose D), quando tais estudos são eticamente inviáveis, da mesma forma como não se pode administrar placebos para crianças diabéticas (deficientes em insulina) para "assegurar-se" de que a eficiência da administração de insulina seja "cientificamente" comprovada? O mesmo ocorre para a deficiência de vitaminas como o ácido fólico em gestantes. Seria ético verificar-se "de forma controlada" que um número muito maior de crianças nasceram com anencefalia ou outras malformações congênitas no "grupo placebo"? Tais estudos nunca foram e jamais serão feitos. Seria correto, então, não administrar-se o ácido fólico às gestantes portadoras de níveis baixos desse micronutriente, sob a justificativa de que "não existem estudos controlados"?

Evidentemente, ao contrário do estudo da efetividade de drogas alopáticas, a avaliação da eficiência da correção de qualquer distúrbio metabólico não pode ser "controlada" com o uso de placebo. A inexistência de tais estudos não pode justificar a não correção de qualquer alteração metabólica, pois se constitui em argumento falacioso identificado em estudos de lógica e estatística (referência 9).
É pensamento compartilhado por todos os membros da diretoria do Instituto de Autoimunidade, que os sentimentos e percepções que devem nortear o tratamento dos pacientes afetados por essas e outras doenças são o senso humanitário, a capacidade de empatia e a genuína vontade de auxiliar, ajudar, servir, minorar o sofrimento e restabelecer a saúde. Nesse sentido, impõe-se radical mudança de paradigma de investigação e tratamento, abandonando-se o foco no exclusivo uso crônico de drogas que, por seus efeitos colaterais, deterioram a qualidade de vida do paciente, além de colocarem em risco sua integridade física e sua vida, sem perspectiva de uma solução em qualquer prazo. Como novo paradigma a ser buscado, qualquer padrão de comportamento, alteração ou distúrbio metabólico que potencialmente contribua para o desencadeamento, sustentação e/ou agravamento da doença deve ser identificado e corrigido, sempre que essa correção for possível, com o objetivo de alcançar o desaparecimento dos sintomas, a solução do problema e a libertação do uso crônico de medicamentos."

Cícero Galli Coimbra
Médico Internista e Neurologista
Professor Associado Livre-Docente da Universidade Federal de São Paulo
Presidente do Instituto de Investigação e Tratamento de Autoimunidade
 
 
Referências:
1 - Ramagopalan, S.V., Heger, A., Berlanga, A.J., Maugeri, N.J.,Lincoln, M.R., Burrell, A., Handunnetthi, L., Handel, A.E., Disanto,G., Orton, S.M., Watson, C.T., Morahan, J.M., Giovannoni, G., Ponting,C.P., Ebers, G.C., Knight, J.C. A ChIP-seq defined genome-wide map ofvitamin D receptor binding: associations with disease and evolution.Genome research 2010; 20:1352-1360. - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2945184/
2 - Unger, M.D., Cuppari, L., Titan, S.M., Magalhaes, M.C., Sassaki,A.L., dos Reis, L.M., Jorgetti, V., Moyses, R.M. Vitamin D status in asunny country: where has the sun gone? Clinical nutrition 2010; 29,784-788 - http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0261561410001111
3 - Pani, M.A., Regulla, K., Segni, M., Krause, M., Hofmann, S.,Hufner, M., Herwig, J., Pasquino, A.M., Usadel, K.H., Badenhoop, K.Vitamin D 1alpha-hydroxylase (CYP1alpha) polymorphism in Graves'disease, Hashimoto's thyroiditis and type 1 diabetes mellitus.European Journal of Endocrinology 2002; 146:777-781.
http://eje-online.org/content/146/6/777.long
4 - Sundqvist, E., Baarnhielm, M., Alfredsson, L., Hillert, J., Olsson,T., Kockum, I. Confirmation of association between multiple sclerosisand CYP27B1. European journal of human genetics : European Journal ofHuman Genetics 2010; 18:1349-1352. - http://www.nature.com/ejhg/journal/v18/n12/full/ejhg2010113a.html
5 - Smolders, J., Menheere, P., Kessels, A., Damoiseaux, J., Hupperts,R. Association of vitamin D metabolite levels with relapse rate and disability in multiple sclerosis. Multiple Sclerosis 2008; http://msj.sagepub.com/content/14/9/1220
6 - Kimball, S.M., Ursell, M.R., O'Connor, P., Vieth, R. Safety ofvitamin D3 in adults with multiple sclerosis. American Journal ofClinical Nutrition 2007; 86:645-651. - http://www.ajcn.org/content/86/3/645.long
7 - Garland, C.F., French, C.B., Baggerly, L.L., Heaney, R.P. Vitamin Dsupplement doses and serum 25-hydroxyvitamin D in the range associatedwith cancer prevention. Anticancer Research 2011; 31:607-11- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21378345?dopt=Abstract
8 - Goldberg, P., Fleming, M.C., Picard, E.H. Multiple sclerosis: decreased relapse rate through dietary supplementation with calcium, magnesium and vitamin D. Medical hypotheses 1986; 21: 193-200. - http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0306987786900101
9 - Altman, D.G., Bland, J.M.. Absence of evidence is not evidence of absence. British Medical Journal 1995; 311:485. - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2550545/