segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não foi encontrada relação entre níveis de vitamina D e “pedras nos rins”


Uma das preocupações quando se está a fazer suplementação de vitamina D, é a possibilidade de o rim ser afetado por exemplo através de litíase renal (as vulgarmente chamadas “pedras nos rins”).
No jornal American Journal of Public Health, vem descrita uma investigação que verificou se haveria aumento da prevalência de litíase renal em indivíduos com níveis de vitamina D entre 20 e 100 ng/mL.

Recolheu-se informação e amostras de sangue de cerca de 2 mil participantes de diversas idades, de ambos os sexos e que foram seguidos em média 19 meses. A média do valor de vitamina D dos intervenientes era 45 ng/mL.

Muitas investigações mostram que um nível de vitamina D entre 40-60 ng/mL leva a diminuição do risco de diversas doenças como diabetes e alguns cancros. Para atingir estes valores a maior parte das vezes tem de se recorrer à suplementação.

No estudo em causa, não foi encontrada nenhuma relação entre o nível de vitamina D e a litíase renal.
Os investigadores concluem que desde que se façam análises para confirmar o valor de vitamina D e a amplitude da sua subida, não deve haver receio por parte da comunidade médica em utilizar pelo menos 4 mil Unidades Internacionais.

Nota: A partir de 10 mil unidades Internacionais devem existir cuidados específicos em termos alimentares. É por isso que todos os que iniciam o Protocolo de correção terapêutica de vitamina D são acompanhados por uma médica e uma nutricionista.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Nível de vitamina D melhor em estratos socioeconómicos mais altos

Uma universidade do Texas foi averiguar se o estrato socioeconómico influencia a quantidade de vitamina D que os americanos têm. A publicação está na Public Health Nutrition e para o estudo foram usados dados do NHANES (National Health and Nutrition Examination Survey),  2007-2010.

Foram avaliados os dados de 11857 adultos com mais de 19 anos, sendo que foram excluídos todos aqueles que tomavam altas doses de vitamina D. Restaram 9719 indivíduos.

Os investigadores verificaram que a ingestão total de vitamina D (alimentos + suplementos) é significativamente maior nos grupos de maior poder económico. O poder económico estava associado com a vitamina D em quase todos os grupos étnicos avaliados.

A ingestão diária de vitamina D verificada neste estudo foi maior do que em estudos anteriores, mas ainda assim cerca de 80% dos participantes não estavam a ingerir a quantidade de vitamina D necessária.As mulheres são as que mais usam suplementos e foi nos estratos sociais mais altos que também se verificou mais suplementação. A principal fonte alimentar de vitamina D nesta população foi o leite e leite fortificado. 

Esta investigação reforça a necessidade da preocupação com a medição da vitamina D e do incentivo à ingestão de alimentos com esta vitamina e de suplementos sempre que o valor estiver realmente baixo.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Cinco fatores de risco para a Esclerose Múltipla

No dia 18 de Outubro de 2013, em Copenhague, realizou-se o 29º Congresso “European Commitee for treatment and Research in Multiple Sclerosis" (ECTRIMS). 

Neste congresso dedicado à apresentação dos avanços científicos no tratamento e investigação da EM, foi demonstrada a importância da Vitamina D no tratamento e no desenvolvimento da doença. Além do nível sérico da Vitamina D, outros fatores de risco foram destacados: infecção por Virus Epstein Barr, tabagismo, nível sérico de sódio e obesidade.

Salientamos os seguintes aspectos, dos estudos apresentados:

1: A importância da Vitamina D (1), os autores demonstram que em doentes portadores de EM, com níveis altos de Vitamina D têm melhor prognóstico. Quanto mais alta for a Vitamina D no início do tratamento com Interferon beta 1-b, menor é o risco de agravamento da doença, as lesões são menos graves na RMN, há menor carga lesional, menos atrofia cerebral. 
Os autores salientam que não há dúvidas quanto ao papel da Vitamina D nesta doença.
 Outro estudo (2) demonstra o impacto dos níveis de Vitamina D nos doentes medicados com fingolimod e verificaram que em doentes com níveis altos de Vitamina D houve melhor resposta à terapêutica e redução dos surtos. 
Apesar da evidência científica dos benefícios da Vitamina D, estes estudos não referem qual é dose de suplementação da Vitamina D que melhor favorece o curso da doença.

2: O tabagismo (3) é outro fator de risco apontado e o estudo revela que independentemente da idade de início ou da quantidade de cigarros fumados, o risco de um fumador desenvolver EM é muito elevado.
Parar de fumar é muito benéfico para a EM.

3: Vírus de Epstein-Barr (mononucleose infecciosa) (4) - os estudos apresentados confirmam que presença no sangue de anticorpos do vírus Epstein –Barr  elevados, pode ser responsável pelo aparecimento da EM. 

4: O nível de sódio (5) no sangue em pacientes com EM, pode aumentar a carga lesional, segundo estudo recente. A demonstração deste fator de risco, ainda em fase de estudo, pode estar relacionada com estado metabólico do doente, sendo importante uma dieta equilibrada.

5: A obesidade (6) - Um índice de massa corporal elevado é considerado um factor de risco para a EM. O estudo demonstra que aumento de adipócitos e da leptina está relacionado com maior risco de EM.
Filomena Vieira
Médica

Referências:
1 - Ascherio A, Munger K, White R, et al. Vitamin D as a predictor of multiple sclerosis activity and progression. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 101.
2- Rotstein DL, Healy BC, Malik MT, et al. The effect of vitamin D on disease activity in multiple sclerosis patients on fingolimod. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Presentation 419.
3 - Hedstrom AK, Hillert J, Olsson T, Alfredsson L. Smoking and multiple sclerosis susceptibility. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 118.
4 - Lunemann J. EBV and MS. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 116.
5 - Farez MF, Quintana FJ, Correale J. Sodium intake is associate with increased disease activity in multiple sclerosis. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 119.
6 - Bove R, Musallam A, Healy BC, et al. Adiposity markers are associated with disease severity in early relapsing remitting multiple sclerosis. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 119.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Vitamina D: possível papel na terapia oncológica


Uma revisão publicada no jornal “Cancer letters” discute o papel da vitamina D em doenças que envolvam as células sanguíneas, como é o caso da leucemia.
O papel da vitamina D na inibição da proliferação celular é um indicador de que esta vitamina/hormona pode ser um ponto chave em futuras terapêuticas anti cancro.

Estudos in vitro e in vivo em animais e mesmo estudos de correlação epidemiológica entre deficiência de vitamina D e cancro mostram-se muito promissores. Por isso mesmo, revisões como esta que descrevem o papel da vitamina D na formação, diferenciação e morte celular das células (neste caso sanguíneas) são fundamentais para a compreensão dos mecanismos subjacentes ao benefício da vitamina D.
Enquanto a investigação avança, meça o seu nível de vitamina D, seja for a sua situação de saúde e tome suplementação sobre supervisão médica até o seu valor normalizar.
Talvez daqui a uns anos, a vitamina D faça parte dos tratamentos oncológicos e a comunidade médica já esteja mais sensibilizada para a sua importância.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Ómega 3 melhora o prognóstico da Esclerose Múltipla



Na revista Nature Reviews Neurology, vem publicado um artigo sobre o benefício da suplementação com ácidos gordos polinsaturados PUFA, essencialmente ómega 3, na evolução da Esclerose Múltipla (EM).

Estudos revelam uma redução da severidade da EM, em doentes suplementados com ómega 3, moduladores da inflamação, que limitam a produção de substâncias pró inflamatórias, produzidas pela cascata do ácido araquidónico, via metabólica responsável pela síntese de prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos.

Os ácidos gordos essenciais, componentes das membranas celulares, não são sintetizados pelo organismo, por isso têm que ser fornecidos através da alimentação ou através de suplementos. O s ómega 3 EPA e DHA existem no peixe gordo e óleos de peixe.

As resolvinas e as neuroprotectinas são metabolitos do ómega 3 (EPA e DHA), que têm demonstrado potencial efeito anti-inflamatório, acção imunomodeladora e beneficiam a atividade cognitiva. O EPA (ácido eicosapentaenóico) cujos metabolitos são constituídos por resolvinas, actuam sobretudo na inflamação das mucosas e o DHA (ácido docosahexaenóico) cujos metabolitos são as neuroprotectinas protegem o cérebro e a retina.
Este tipo de suplemento deve ser administrado a longo prazo, isoladamente ou associado a outros suplementos nutricionais.
Filomena Vieira
Médica

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Importância da medição exacta da Vitamina D

A Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, 2013, publica um artigo que faz referência à importância da Vitamina D na saúde humana, aos diversos métodos laboratoriais que se usam para a dosear e relata a experiência laboratorial do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, no estudo de várias doenças relacionadas com a deficiência em Vitamina D. Este artigo científico chama atenção para a existência de uma variabilidade de resultados, de imprecisão analítica e de limitações próprias dos diversos métodos.

O melhor indicador do nível corporal de Vitamina D (25OHD) é o doseamento no sangue. Com uma simples análise determina-se a totalidade de Vitamina D, derivada da ingestão alimentar, da exposição solar, e da capacidade de conversão de Vitamina D a partir das reacções enzimáticas do fígado.
Níveis inferiores a 30 ng/ml é considerado défice, e níveis plasmáticos entre 30 a 100 ng são fundamentais para manter uma boa saúde.
A paratormona (PTH) controla os níveis de cálcio no sangue. A relação da 25(OH) D e PTH é inversa.

Existe concordância de opiniões quanto ao mínimo de Vitamina D (30 ng/ml) a partir do qual a PTH se eleva. Este limiar implica uma prevalência do défice de Vitamina D muito elevada na população em geral. 

Segundo os autores deste artigo, alguns imunensaios podem levar a erros de interpretação e de classificação clínica. Métodos antigos podem dar resultados erroneamente elevados de Vitamina D.
Os métodos mais usados são radioimunoensaio, ensaios enzimáticos, cromatografia liquida com espectrometria de massa. Segundo os autores, o método RIA 25OH D tem sido o mais utilizado e define o padrão para diagnóstico clínico de deficiência de Vitamina D.

Na nossa experiência clínica, do resultado de 25(OH)D depende a decisão terapêutica e por vezes vêm resultados não concordantes com a clínica e com outros parâmetros analíticos sendo  necessária  a  repetição de análises .
Aconselhamos os nossos pacientes que se informem quais os laboratórios que usam métodos de análise da Vitamina D atualizados.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla

Hoje é dia Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla.
 
Já faz mais de ano que aplicamos o Protocolo de correção terapêutica da deficiência em vitamina D3 e já foram muitos os pacientes de Esclerose Múltipla que começaram a ver melhorias significativas no seu estado clínico e na sua qualidade de vida.

Esperamos que dias de comemoração como este sirvam para divulgar informação de qualidade, nomeadamente a necessidade da medição dos níveis de vitamina D e a atuação em conformidade para subir os valores deficitários.
 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O papel da vitamina D e polimorfismos genéticos na doença de crohn


Na Nova Zelândia, a prevalência de doença de crohn é uma das mais elevadas do mundo e ainda pouco se sabe sobre os motivos para este facto. Uma investigação publicada na revista Nutrients foi avaliar possíveis razões.
Uma das razões possíveis é a falta de vitamina D e a outra são diversos polimorfismos genéticos. Portanto neste estudo foi avaliar-se o nível de vitamina D e foi avaliada a existência de alguns polimorfismos. 

Nos pacientes com doença de Crohn, os níveis de vitamina D eram significativamente mais baixos do que em controlos saudáveis e foram encontrados diversos polimorfismos que também foram associados com os níveis de vitamina D.

A genética condiciona os níveis de vitamina D, uma vez que alguns polimorfismos foram relacionados com os baixos níveis de vitamina D, mas também se verificaram maiores níveis desta vitamina nos meses de maior exposição solar. Independentemente do motivo pela qual o valor possa estar baixo, os indivíduos com doença de Crohn devem fazer a medição desta vitamina e corrigir o défice, o mais cedo possível.