Neste congresso dedicado à apresentação dos avanços científicos no tratamento e investigação da EM, foi demonstrada a importância da Vitamina D no tratamento e no desenvolvimento da doença. Além do nível sérico da Vitamina D, outros fatores de risco foram destacados: infecção por Virus Epstein Barr, tabagismo, nível sérico de sódio e obesidade.
Salientamos os seguintes aspectos, dos estudos apresentados:
1: A importância da Vitamina D (1), os autores demonstram que em doentes portadores de EM, com níveis altos de Vitamina D têm melhor prognóstico. Quanto mais alta for a Vitamina D no início do tratamento com Interferon beta 1-b, menor é o risco de agravamento da doença, as lesões são menos graves na RMN, há menor carga lesional, menos atrofia cerebral.
Os autores salientam que não há dúvidas quanto ao papel da Vitamina D nesta doença.
Outro estudo (2) demonstra o impacto dos níveis de Vitamina D nos doentes medicados com fingolimod e verificaram que em doentes com níveis altos de Vitamina D houve melhor resposta à terapêutica e redução dos surtos.
Apesar da evidência científica dos benefícios da Vitamina D, estes estudos não referem qual é dose de suplementação da Vitamina D que melhor favorece o curso da doença.
2: O tabagismo (3) é outro fator de risco apontado e o estudo revela que independentemente da idade de início ou da quantidade de cigarros fumados, o risco de um fumador desenvolver EM é muito elevado.
Parar de fumar é muito benéfico para a EM.
3: Vírus de Epstein-Barr (
mononucleose infecciosa) (4) - os estudos apresentados confirmam que presença no sangue de anticorpos do vírus Epstein –Barr elevados, pode ser responsável pelo aparecimento da EM.
4: O nível de sódio (5) no sangue em pacientes com EM, pode aumentar a carga lesional, segundo estudo recente. A demonstração deste fator de risco, ainda em fase de estudo, pode estar relacionada com estado metabólico do doente, sendo importante uma dieta equilibrada.
5: A obesidade (6) - Um índice de massa corporal elevado é considerado um factor de risco para a EM. O estudo demonstra que aumento de adipócitos e da leptina está relacionado com maior risco de EM.
Filomena Vieira
Médica
Referências:
1 - Ascherio A, Munger K, White R, et al. Vitamin D as a predictor of multiple sclerosis activity and progression. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 101.
2- Rotstein DL, Healy BC, Malik MT, et al. The effect of vitamin D on disease activity in multiple sclerosis patients on fingolimod. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Presentation 419.
3 - Hedstrom AK, Hillert J, Olsson T, Alfredsson L. Smoking and multiple sclerosis susceptibility. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 118.
4 - Lunemann J. EBV and MS. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 116.
5 - Farez MF, Quintana FJ, Correale J. Sodium intake is associate with increased disease activity in multiple sclerosis. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 119.
6 - Bove R, Musallam A, Healy BC, et al. Adiposity markers are associated with disease severity in early relapsing remitting multiple sclerosis. Program and abstracts of the 29th Congress of the European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis; October 2-5, 2013; Copenhagen, Denmark. Abstract 119.