quarta-feira, 26 de março de 2014

Vitamina D, exercício físico e capacidade cardiorespiratória

Com o bom tempo está na altura de deixar o sofá e fazer algum exercício físico, mas para obter melhores resultados, veja o seu nível de Vitamina D.

A revista “Endocrine" de Fevereiro publicou um artigo sobre a influência da Vitamina D na capacidade individual cardiorespiratória, durante o exercício físico e que é avaliada pelo consumo de oxigénio (VO2max).
Todos sabemos que uma boa capacidade cardiorespiratória reduz o risco de diabetes, ataques cardíacos e AVC.

Já existem estudos que demonstram que a Vitamina D favorece a capacidade cardiorespiratória e aumenta a oxidação da gordura promovendo o emagrecimento e controle do peso.
O objectivo deste estudo é determinar qual o nível de Vitamina D que beneficia a VO2max em mulheres sedentárias com idade igual ou superior a 60 anos e determinar se existem diferenças étnicas, entre Afro-Americanas (AA) e Americanas–Europeias (AE).

Os autores demonstraram que a Vitamina D elevada está associada a melhor capacidade cardiorespiratória em mulheres AA e verificaram que os níveis elevados de Vitamina D tanto em mulheres AA como nas AE potencia a oxidação das gorduras.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 19 de março de 2014

Vitamina D e saúde/doença cardiovascular



Um estudo de revisão publicado na Circulation Research descreve o papel da vitamina D na saúde/doença cardiovascular. 

O papel da vitamina D vai muito além das suas funções no tecido ósseo através do metabolismo do cálcio e fósforo. A vitamina D liga-se ao seu receptor em diversas zonas do corpo. Regula por exemplo inúmeros genes que têm relevância na saúde cardiovascular, incluindo proliferação, diferenciação e morte celular, stress oxidativo, transporte transmembranar, homeostase e adesão celular. O receptor da vitamina D encontra-se em muitos tipos de células importantes para o aparelho cardiovascular desde cardiomiócitos, paredes das artérias e até sistema imunitário.

Diversos estudos estabeleceram o papel da vitamina D em processos relevantes para a função cardiovascular incluindo inflamação, trombogénese e no sistema renina-angiotensina. As investigações mostram também uma associação independente entre a deficiência de vitamina D e diversas manifestações de doenças cardiovasculares.

Mais uma vez deixamos o apelo, para que meça a sua vitamina D, confirme o seu valor e suplemente se necessário para atingir valores normais. A sua saúde agradece!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Dermatite Atópica e Vitamina D

Na revista “Pediatrics”, Fevereiro 2014, volume 133, Issue 2, vem publicada uma história clínica sobre o benefício da Vitamina D no tratamento da dermatite atópica.
A dermatite atópica é um problema de pele muito frequente, afectando 10 a 20% das crianças em todo o mundo e a sua severidade está inversamente relacionada com os níveis Vitamina D.
Os autores apresentam um caso clinico, uma rapariga com 14 anos com grave problema de dermatite atópica e alergia ao peixe. A menina residia a alta latitude, portanto com pouca exposição solar.
Analiticamente a menina apresentava hormona paratiróide e fosfatase alcalina elevadas, hipocalcemia e grave deficiência em Vitamina D (12nmol/L). Radiologicamente apresentava raquitismo, que é raro nesta idade.
Foi medicada com intensão de tratar o raquitismo, com Vitamina D tendo-se verificado uma melhoria dramática da dermatite atópica.

Segundo os autores esta caso demonstra uma complexa interacção entre Vitamina D, dermatite atópica e alergia alimentar.
Esta caso clinico levanta a hipótese do potencial da Vitamina D para tratar a dermatite atópica. 


Filomena Vieira 
Médica

sexta-feira, 7 de março de 2014

Prevenção do cancro de pele com Vitamina D

Apesar do mau tempo que atravessámos, dentro de alguns dias, entraremos na Primavera e com ela regressam os banhos de Sol e a problemática do cancro de pele.
A revista “Dermato-Endocrinologia”, Janeiro, 2013, publica um artigo que achamos muito promissor para os amantes de banhos de Sol prolongados.

Este estudo científico põe em evidência a capacidade de foto protecção da Vitamina D (VD), na sua forma mais activa, 1,25 –dihidroxivitamina D3, assim como nos seus derivados, o lumisterol, e compostos semelhantes à VD como o bufalin. Segundo os autores os componentes da VD podem, potencialmente, prevenir o cancro da pele, usados em compostos dermatológicos. Este estudo está focado na acção foto protectora da VD e seus componentes.

A explicação é a seguinte:
A mesma radiação que produz VD, também causa alterações no DNA celular da pele cujo resultado final pode ser o cancro da pele.
Os benefícios da VD produzida através do Sol são indiscutíveis: na prevenção do raquitismo, na redução de quedas, fracturas, mortalidade e depressão, alergias e na auto-imunidade. Devido à alta incidência de cancro de pele é vital encontrar um balanço entre radiação solar para produzir VD suficiente e prevenir os efeitos prejudiciais da radiação UV, cancro e foto envelhecimento.

Tecnicamente a forma activa da VD, 1,25 (OH)2D3, é uma hormona esteróide sintetizada pela pele depois da conversão fotoquímica do 7-dehidrocolesterol da epiderme. A energia necessária para esta reacção química, é fornecida pelos raios UV da radiação solar.
Da exposição continuada ao Sol, resulta a formação de metabolitos da vitamina D: lumisterol, taquisterol e supraesterol.

A carcinogénese é um múltiplo processo que requer: inicio, promoção e progressão. A radiação UV é responsável por 90% do Cancro de pele: melanomas e não melanomas. O efeito foto protector da 1,25(OH)2D3 consiste no aumento da sobrevivência das células da pele após exposição solar prolongada, reduzindo a destruição do ADN e a apoptose celular.

Análogos da VD estão a ser estudados, para a sua aplicação em creme, após o banho solar, como é o caso do lumisterol. O bufalin é um veneno extraído duma espécie de sapo (Bufo) que é um esteróide com as mesmas propriedades da VD (foto protecção, activa o VDR e reduz a destruição do ADN pela radiação UV), está a ser estudado para uso em humanos.

Aplicando VD ou produtos semelhantes, durante e imediatamente após a exposição solar, será possível aumentar a protecção da pele contra a foto carcinogénese.
Para mais informação, aconselhamos a leitura dos post:”O sol como fonte de vida e não de morte” e “Vamos a banhos de Sol”.

Filomena Vieira
Médica

quarta-feira, 5 de março de 2014

Suplementação de vitamina D em recém-nascidos pré-termo


Na revista Pediatrics foi publicado um estudo que comparou o efeito de diferentes doses de vitamina D (800 vs 400 UI) em recém-nascidos pré-termo (28 a 34 semanas de gestação).
Cada grupo de suplementação diária tinha 48 recém-nascidos. Foram avaliados os níveis de vitamina D e a densidade mineral óssea no inicio do estudo e aos 3 meses de idade.
No grupo suplementado com 800 UI havia menos crianças com níveis de vitamina D inferiores a 20ng/mL aos 3 meses de idade e uma das crianças apresentava excesso de vitamina D no final do estudo. Não houve diferenças na densidade mineral óssea entre os 2 grupos suplementados.

Assim, sabemos que a vitamina D é necessária para todos os bebés e ainda mais para os bebés que nascem antes do tempo, mas não devemos assumir que é sempre bom dar grandes doses de vitamina D. É preciso ter atenção e adequar as doses a cada caso.